A cidade paranaense pode não ter um prato típico, mas isso não significa que as comidas servidas nas mesas do município sejam menos gostosas. Com uma democracia expressa em todos os cantos da urbe, inclusive em suas receitas, Londrina oferece desde boas oportunidades de baixa gastronomia (as comidas de rua, botecos e food trucks) até exemplares mais requintados de alta gastronomia servidos por restaurantes mais luxuosos da região.
O que então o turista poderá encontrar para comer em Londrina? Em um típico almoço de domingo é possível ver macarronada, feijoada ou até mesmo uma combinação de sushis. Essa diversidade toda é apenas um reflexo da imigração também grande que ocorreu na região em décadas anteriores. Diversos povos – com também suas diferentes culturas, temperos e sabores – fizeram de Londrina a sua casa no Brasil, deixando traços marcantes na gastronomia local. Para se ter uma ideia, em 1938, a Prefeitura listou 30 nacionalidades no município recém-nascido, fato que fez com que o lugar fosse chamado de “colônia internacional”.
O Bolinho de Carne foi uma das iguarias originadas por essa mistura de povos do mundo todo. Aliás, Londrina é conhecida pelos moradores como a Capital do Bolinho de Carne, denotando já o apreço que os habitantes têm pela comida. Caracterizada por apresentar uma casquinha crocante, recheio quase total de carne e temperos aromáticos, a iguaria possui inclusive estabelecimentos especializados em seu preparo. O Bar Lorena é um deles. Por lá, a receita é a mesma de 40 anos atrás, mostrando que tradição e qualidade passam de pai para filho. Alguns outros bons lugares para experimentar o bolinho de carne são a Pastelaria Inglaterra, o Bar do Sam, a Vila Rica e o Utopia.
Os japoneses também transformaram em sucesso outro ponto central da cidade. A Vitamina e Pastelaria Sergipe surgiu três gerações atrás como uma quitandinha. Com o passar dos anos, as frutas que antes eram apenas comercializadas foram para dentro dos liquidificadores e se transformaram em uma verdadeira febre na cidade. Os sabores são diversos, mas é a vitamina de abacate a mais requisitada pela clientela do local. Inclusive, a fruta faz parte do logotipo do estabelecimento!
As culinárias libanesa e árabe também ganharam espaço considerável na cidade. O Kiberama surgiu de forma despretensiosa, com amigos que gostavam muito da comida e sempre apareciam para degustar as receitas da família aos finais de semana. Enxergando aquilo como um negócio, o patriarca da casa abriu uma lanchonete no local onde antes eram os cômodos da habitação. Com o passar dos anos, o estabelecimento foi expandindo e se transformando em uma ótima pedida para quem gosta de kibes, esfihas, falafels, etc.
O primeiro casamento acontecido em Londrina também deixou traços na gastronomia local. Um casal de alemães se conheceu na cidade, se apaixonou e se uniu em matrimônio. Abriram um restaurante, o Strassberg, localizado na Rodovia Celso Garcia, no distrito de Warta. O local, que hoje está na terceira geração da família, ficou famoso pelas suas tortas alemãs, assim como pelo seu strudel. Mas não só de doces vive o local. Se você vai para o almoço, é possível degustar um eisbein com chucrute, marreco recheado ou ainda bistecas de porco servidas com purê de maçã. Detalhe que as framboesas utilizadas nos sucos e tortas da casa são cultivadas em plantação própria para garantir a qualidade final dos pratos!
Agora para quem gosta mesmo de comida de rua, as Feiras Livres são uma oportunidade boa para conhecer um pouco mais os sabores de Londrina. Há barraquinhas de cafés, pastéis, pãezinhos frescos, além de ser uma chance bacana de o turista levar para casa alguns dos ingredientes e temperos mais utilizados nos pratos da cidade.