Macapá é a cidade mais próxima da foz do Rio Amazonas e ganhou notoriedade, especialmente entre os próprios brasileiros, por ser a única capital nacional cortada pela linha do Equador.
No local onde fica Marco Zero, que marca a linha imaginária que divide a Terra em dois hemisférios, a brincadeira preferida entre os turistas é registrar a foto com um pé no Hemisfério Norte e outro no Hemisfério Sul. No local que marca o Equador ainda há um obelisco e um relógio do sol.
No início de cada Equinócio, que ocorre nos meses de março e setembro, é realizado no local exposições e outras atividades alusivas ao fenômeno. É durante o Equinócio que o dia e a noite têm a mesma duração e o Sol fica alinhado com linha do Equador. Em Macapá, quando o fenômeno acontece, é possível ver o sol pelo obelisco.
Considerada a capital “do meio do mundo”, a cidade possui pontos turísticos que revelam um pouco da história, cultura e religiosidade da região. Além do Marco Zero, outra atração para quem viaja para Macapá é ir até a beira do Rio Amazonas para admirar a Fortaleza de São José do Macapá, com seu pitoresco formato de estrela. Construída em 1782 para proteger o Rio Amazonas, a fortificação tem 127 mil metros quadrados de edificações internas e muralhas de 15 metros de altura. Em 1950, a fortaleza foi tombada como Patrimônio Histórico.
Na parte externa da construção está o Parque do Forte, local procurado por locais e turistas para caminhadas e piqueniques. Ao longo do espaço, há decks panorâmicos com vista para o rio Amazonas. Além disso, no mês de dezembro, a fortaleza e seus arredores são cenários do Festival Quebramar, um evento cultural que promove música, teatro, fotografia e arte.
Para apreciar o forte e rio, a dica é seguir para o chamado Complexo Beira Rio, estrutura formada por trapiches, quiosques, restaurantes e choperias com música ao vivo. Além das opções gastronômicas, a área oferece mezaninos e passarelas a céu aberto, com pista de patins e de corrida.
Já o Mercado Central atrai visitantes por abrigar eventos culturais e festivos da capital do Amapá. Assim como o Museu Sacaca, que expõe uma diversa coleção de animais e plantas da região amazônica e conta um pouco da história do povo ribeirinho.
O acesso à Macapá não é dos mais fáceis. Não existe acesso de carro para turistas que viajam até lá de outros estados: as opções, a partir de Belém, são avião e barco. Neste último caso, a viagem pode chegar a durar 24 horas.
Como chegar
Um dos maiores revezes que dificultam o turismo na capital do Amapá é justamente a sua localização. Isso porque a cidade fica basicamente ilhada, sendo muito difícil para o turista chegar lá se não dispor de um voo aéreo. Portanto, a forma mais utilizada e eficaz para conhecer a região é desembarcar no Aeroporto Internacional de Macapá – Alberto Alcolumbre (MCP), que recebe voos de diversas cidades brasileiras. Com capacidade para operar aeronaves de porte médio, o hub transporta entre 600-700 mil passageiros ao ano, mas pretende elevar a sua capacidade para cerca de 4,5 milhões de pessoas.
Um dos pontos mais curiosos do complexo aeroportuário é que lá é possível usufruir dos preços do duty free sem ser passageiro. Isso acontece porque Macapá integra a ALCMS (Área de Livre Comércio de Macapá e Santana), fato que trouxe privilégios alfandegários para ambos os municípios. Outra vantagem do local é a sua localização bem próxima ao centro da cidade. Portanto, para sair do aeroporto e chegar à área hoteleira, o viajante poderá pegar um táxi e provavelmente em menos de 10 minutos já estará desembarcando em seu destino final. Os táxis que operam no terminal funcionam 24 horas por dia e são de responsabilidade da empresa COVEM.
A outra alternativa para chegar até lá é por meio de barcos e balsas. Essa opção, porém, é bem pouco viável devido aos tempos de trajeto envolvidos. Para se ter uma ideia, de Belém até o Macapá de barco demora nada mais nada menos do que cerca de 24 horas. Agora se o turista optar por balsas, a viagem total poderá ter até dois dias de duração. Para quem parte de Santarém, por exemplo, é possível fazer o trecho com a Tapajós Expresso Hidroviário, que demora cerca de 12 horas. Não é possível chegar ao local de carro, portanto o método mais coerente mesmo é por meio de avião.
Vida noturna
Uma cidade mais isolada do mundo nunca vai ser referência quando o assunto em pauta é vida noturna. Isso, porém, não elimina as características boêmias da cidade, afinal, é preciso animar aqueles que conseguem chegar até lá, não é mesmo? Nesse sentido, uma das áreas mais requisitadas é a Orla que beira o rio. Por lá se concentram muitos barzinhos informais onde é possível tomar uma cerveja gelada para ajudar a combater as altas temperaturas do município.
Na Região Central também ficam ótimas opções de entretenimento. O Armazém Beer é um dos mais badalados por lá. Com shows diversos que atraem uma clientela cativa, o estabelecimento conta com uma das melhores infraestruturas da cidade (mesmo que ainda muitos reclamem do calor). De qualquer forma, o local aparece como boa alternativa para quem quer paquerar na capital do Amapá.
Outras duas boates que dividem a atenção dos jovens é a Prime Concept Music e a Seven Music. A primeira delas, apesar de ser um pouco pequena, ainda é uma das mais requisitadas para quem quer sair para dançar. Já a segunda conta com ótima recepção e programação, animando a clientela antes mesmo de adentrar o recinto.
Além disso, em Laguinho, tradicional bairro da cidade, a boemia macapaense resiste ao tempo. Marcada pela existência da escola de samba “Boêmios do Laguinho”, é de se esperar que a região ilustre bem esse contexto histórico. O Bar do Valdir é um dos mais clássicos do distrito, despontando como ponto de encontro para sambistas, carnavalescos e, também, para a comunidade apaixonada por samba e feijoada. Outro local bem requisitado por lá é o Bar do Baré, também chamado de Bar do Louro, em alusão à aparência do proprietário original. Em funcionamento há mais de 50 anos, o estabelecimento tem clima familiar e conta com a participação de artistas e músicos que consideram o local um verdadeiro reduto boêmio.