Ofuscada por Paris e Amsterdã, suas vizinhas mais badaladas situadas a 300km e 220km respectivamente, Bruxelas muitas vezes passa despercebida para uma grande maioria de turistas que com frequência “esquece” de incluir a cidade nos seus roteiros de viagem. Porém, além de um pouco excêntrica, a capital da Bélgica tem muita história para contar. Com dois idiomas oficiais, o francês e uma variação do holandês, a cidade já teve – e ainda tem – que lidar com muitas diferenças culturais ao longo dos tempos. Toda a sua administração é feita de forma bilíngue, e isso é quase impensável para a maioria de nós!
Situada em um continente que sempre esteve ligado a guerras e à intolerância a diferenças, a cidade expressa a sua pluralidade por meio de uma atmosfera de diplomacia e aceitação. Essa é uma das razões para que hoje Bruxelas acumule os títulos de capital Bélgica e, também, da União Europeia. Ela ainda serve de sede para instituições importantes, como a OTAN, e abriga a Comissão Europeia, o Conselho Europeu e o Parlamento Europeu.
O coração da cidade está na Grand Place, uma das mais exuberantes praças da Europa. Ao redor dela, prédios históricos e ricos em detalhes completam o cenário de tirar fôlego. Para destacar a sua excentricidade, o monumento mais imponente por lá é o Atomium, uma estrutura enorme em formato de átomo que representa para Bruxelas o que a Torre Eiffel é para a França. Continuando nessa linha, o “mascote” da cidade é o Manneken Pis, uma estátua de garotinho que faz xixi. Presente em diversos pontos da cidade, a graça é que essa estátua é vestida de acordo com os acontecimentos do ano. Por exemplo, se for época de Copa, o Manneken Pis estará vestido com a camisa da seleção, se for Natal estará com o gorro do Papai Noel, e por aí vai. Ambas as atrações – Atomium e Manneken Pis – são também as campeãs em reproduções em souvenirs.
Para quem gosta de arte, a boa pedida é ir ao Musées Royaux des Beaux Arts, que compreende obras de artistas famosos como Bosh, Rubens e Magritte. Os fãs de quadrinhos também contam com museus e atrações especiais, afinal foi lá que nasceram os Smurfs e Tin Tin! Já para quem não dispensa fazer um bom turismo de garfo, a dica é caminhar pelas ruas centrais e parar em uma das muitas barraquinhas de rua para apreciar as tradicionais batatas fritas em copinho, os chocolates belgas e as cervejas locais. Inclusive, a rua Rue des Bouchers desponta como um dos principais pontos para quem quer apreciar a gastronomia local.
Como chegar
Não há voos diretos entre o Brasil e a capital belga. Para quem parte dos aeroportos nacionais será preciso fazer uma conexão em cidades como Paris, Madri e Frankfurt, por exemplo. Para trechos intercontinentais, o desembarque acontece no Aeroporto de Bruxelas – Zaventem (BRU), que fica a 13km do centro da cidade. Com boa infraestrutura para quem decide utilizá-lo, esse é o principal hub de chegadas e partidas aéreas do país. Agora se você já estiver no Velho Mundo, uma possibilidade interessante é procurar por voos low cost. Companhias como a Vueling, a RyanAir e a EasyJet sempre lançam promoções, muitas delas com trechos que custam menos que 50 euros.
Porém, mais comum do que chegar a Bruxelas de avião, é ir de trem. O sistema ferroviário costuma ser bastante eficiente na Europa, com inúmeros trechos que conectam diferentes países. As empresas que chegam à Bruxelas são a Eurostar (com saídas de Inglaterra e França) e a NS (com conexões com a Holanda). Já para quem está em algum outro ponto da Bélgica, os trens podem ser utilizados pela companhia B-Rail, que faz percursos entre diversas cidades belgas.
Três são as principais estações ferroviárias de Bruxelas: Norte (Bruxelles-Nord / Brussel-Noord), Central (Bruxelles-Central / Brussel-Centraal) e Sul (Bruxelles-Midi / Brussel-Zuid). A mais moderna das três é a Sul, onde param os trens de alta velocidade, mas as outras duas também apresentam infraestrutura adequada para receber os passageiros.
Outra maneira barata de também chegar a capital belga é por meio de ônibus. Empresas como a FlixBus fazem viagens entre diversas cidades europeias e aparecem como uma opção com bom custo-benefício para os turistas que estão com o tempo mais livre. Entre Amsterdã e Bruxelas, por exemplo, são aproximadamente 3 horas de percurso a um preço na casa dos 15 euros.
Vida noturna
Com muita animação após o cair do sol, a capital belga também é uma boa pedida para aqueles quer gostam de apreciar uma boa cerveja ou, então, não abrem mão de uma boa noitada ao som de música eletrônica. Cheia de universitários, a cidade tem um clima de jovialidade e pluralidade por todos os cantos, fato que contribui para a sua efervescência noturna!
Para quem quer começar de maneira mais tímida, a dica é ir às ruas centrais da cidade e escolher um restaurante para jantar. Experimente os moueles (mexilhões), que são um prato típico de Bruxelas. O que não faltarão são estabelecimentos com promoções logo na entrada para quem quiser experimentar a iguaria! Após a refeição, faça um passeio a pé pela região da Grand Place. Muito iluminada, a praça brinda o turista com uma vista totalmente diferente da diurna, mas mantém a mesma linha de beleza e grandiosidade. Aproveite para tomar um chocolate ou comer um waffle em alguma das lojinhas ao redor do local!
Já para aqueles que procuram mais agito, a noite pode começar em algum bar do centro histórico, perto do Teatro de Monnaie, Grande Place ou Rue Fossé aux Loups. O Quartier de L’llot Sacré também tem uma variedade boa de estabelecimentos que servem as famosas cervejas belgas. Uma sugestão é o Delirium Café, que disponibiliza mais de 2.500 rótulos para seus clientes. Com muita concentração de estudantes, a região de Ixelles também é bastante requisitada por juntar muitos pubs e bares com música ao vivo.
Já distrito de Saint-Jacques deve ser cogitado pelos hispters, pois a área agrupa muitos artistas e artesãos, além de oferecer algumas das baladas alternativas mais animadas da cidade. Em Saint-Gery e Dansaert o clima é de modernidade. Esses bairros apresentam muitas opções de casas noturnas, a maioria delas com música eletrônica. Lá os preços não são exorbitantes e, por isso, atraem os turistas. Sablon é uma parte mais refinada da capital belga, por isso apresenta valores acima da média, mas mesmo assim traz boas opções de estabelecimentos para diversão noturna.