Quem já não ouviu alguém falando que o paraíso existe, fica no Brasil e tem nome e sobrenome: Fernando de Noronha? O arquipélago pernambucano mexe com o imaginário de muitos brasileiros. Algumas das praias consideradas as mais belas do país e do mundo tem em seu território a sua morada.
Ao avistar a ilha oceânica do avião, o visitante já tem o primeiro vislumbre de todas as maravilhas que o aguardam. Ao aterrissar, para cada lado que se vira uma paisagem mais linda do que a outra. A beleza é inquestionável. Quando se fala em natureza, preservação e biodiversidade, o distrito pode ser considerado o melhor dos exemplos.
Aqui, tudo é superlativo. O mergulho com cilindro é considerado um dos melhores do mundo e nas praias é possível nadar com pequenos tubarões e tartarugas. Além disso, não é nada raro navegar lado a lado com os golfinhos. Basta um mergulho pelas águas cristalinas da Baía do Sancho ou um snorkel na Baía dos Porcos para entender a magia que envolve Fernando de Noronha.
As praias são recortadas em meio a grandes formações rochosas e dão a impressão de terem sido desenhadas à mão. A mistura de tons verdes, azuis-claros e escuros do mar deslumbrante são o cenário perfeito para quem busca tranquilidade e inspiração.
Para entender como Noronha, descoberta em 1503, continua tão preservada, é simples. Até o ano de 1982 o lugar funcionou como presídio e área militar. Somente na década de 1990 a ilha foi aberta ao turismo e, mesmo assim, com muitas restrições, uma vez que foi transformada em Parque Nacional Marinho e tombada pela Unesco como Patrimônio Mundial Natural. De lembrança da época mais bélica, ficou de herança fortalezas com uma bela vista para o pôr do sol.
Fernando de Noronha é um lugar tão incrível que, independentemente da época escolhida, será uma viagem prazerosa. Os nativos dizem que Noronha tem duas estações: uma seca, de agosto a fevereiro, e uma chuvosa, de março a julho. Mas estar na época de chuvas não significa que vai chover todos os dias, já que as precipitações esporádicas e mesmo nesse período há bons dias de sol.
Para quem gosta de surfar, de dezembro a março é bom, mas em janeiro e fevereiro é sensacional - com ondas tão boas que fazem a ilha ser conhecida como o Havaí brasileiro.
Acessível por avião ou navio, Noronha não é um destino barato – todos os produtos disponíveis no arquipélago vêm do continente, o que encarece praticamente tudo. A maioria das pousadas da ilha tem conforto básicos e preços altos e os pratos mais básicos dos restaurantes e as taxas ambiental e do Parque Nacional Marinho também aumentam essa conta. Mesmo assim, o aconselhado é programar a viagem para o máximo de dias para não haver arrependimentos ou programar as viagens para as estações mais chuvosas, menos procuradas.
Como chegar
A ilha de Fernando de Noronha está ligada ao continente através de voos diretos que partem somente das cidades de Natal e Recife, então para quem embarcar nessas duas cidades será um voo direto até Noronha, já para quem embarcar no restante das cidades brasileiras será no mínimo dois voos pra ir e dois voos pra voltar, tudo vai depender da passagem escolhida e da cidade de embarque. A conexão ou escala será sempre feita em uma dessas duas cidades (Natal ou Recife), então muita gente pode aproveitar para esticar um pouco as férias e conhecer o Rio Grande do Norte ou Pernambuco.
Fernando de Noronha está localizada a cerca de 550 quilômetros de Recife e 360 quilômetros de Natal, e de ambas as cidades a duração do voo é de aproximadamente 1 hora e 15 minutos. As duas únicas cias aéreas que voam para ilha são a Azul e a Gol.
O Aeroporto de Fernando de Noronha é bem pequeno e com pouquíssima infraestrutura, não espere encontrar nada além do básico e necessário como uma lanchonete e uma lojinha. As salas de embarque são bem pequenas e normalmente ficam lotadas, sem nem lugar para sentar.
Chegando no aeroporto, é necessário se dirigir a uma das filas para pagar ou mostrar comprovante de pagamento da taxa de preservação ambiental que todo turista é obrigado a pagar. Há duas filas, uma para quem vai pagar a taxa e outra para quem já pagou pela internet. O valor da taxa é calculado de acordo com a permanência na ilha.
Outra taxa que é bem recomendada pagar, mas não é obrigatória, é a taxa do ingresso para o Parque Nacional. Você pode até não pagar o ingresso, mas sem ele não poderá também entrar em muitas praias de Noronha como Leão, Sueste, Atalaia, fazer passeios de barco, então é uma taxa que não é obrigatória, mas sem ela vai acabar perdendo o melhor de Noronha. O ingresso não é vendido no aeroporto, para adquiri-lo é necessário ir até o Centro de Visitantes ou Posto de Informação e Controle.
Para sair do aeroporto você pode pegar um táxi, pode embarcar em alguma van em transfer compartilhado (nesse caso é melhor verificar antes com a pousada se eles oferecem transfer) ou então pegar um ônibus local. O ponto de ônibus fica próximo do aeroporto, na estrada, mas só é viável se a pousada escolhida ficar na Vila dos Remédios ou próxima da estrada, a BR.
Vida noturna
A noite de Fernando de Noronha em geral é tranquila, difícil encontrar alguém que queira viajar a Noronha para aproveitar as baladas, com exceção do período do reveillon, quando a vida noturna é realmente animada.
Mas sempre há alguma opção como por exemplo o Bar do Cachorro que é famoso pelo forró e reúne tantos moradores quanto turistas. Aberto todos os dias, é o point diário da vida noturna em Noronha. Funciona também um restaurante, mas o que pega mesmo é o forró.
Ao lado dele, fica a Pizzaria Muzenza, com apresentações ao vivo de reggae, também anima um pouco a discreta noite de Fernando de Noronha.
O Bar do Meio que fica entre a Praia da Conceição e a Praia do Meio lota especialmente no fim de tarde, pois é considerado um dos melhores lugares para assistir ao pôr do sol.
Em noite de lua cheia, pode ser que aconteça algum luau na ilha, mais provável na praia da Conceição.
Para casais ou quem prefere dormir cedo, a ilha oferece diversas opções de restaurantes moderninhos e com comida de ótima qualidade. Nas noites de quartas e sábados, o agito acontece na Pousada Zé Maria, com o Festival gastronômico do Zé Maria, repleto de pratos para agradar todos os paladares.
Para quem prefere assistir uma palestra durante a noite, o Projeto Tamar realiza diariamente palestras, sendo que a cada dia da semana um tema diferente é abordado. As palestras ocorrem no Centro de Visitantes do Parque Nacional Marinho e costumam estar sempre cheias.
É no período de férias e festas como réveillon e carnaval que ocorrem as melhores festas na ilha, com artistas, celebridades e gente que está disposta a pagar no mínimo 50% a mais do valor que iria gastar fora desse período. Em feriados nacionais também é comum a ilha ficar mais agitada, com mais festas, e claro, com tudo mais caro.