Viajar para capital de Israel e também a maior cidade do país é um convite à imersão nas tradições. Considerada uma das cidades mais antigas do mundo, há centenas de anos peregrinos de todo o mundo percorrem as ruas apertadas.
Muitos dizem que poucas experiências de viagem podem se comparar a ver o dia nascer em Jerusalém devido aos seus contrastes de história e modernidade, presenciadas dentro e fora das muralhas da Cidade Velha.
É uma terra fascinante para cristãos ortodoxos, evangélicos e coptas, judeus etíopes e sefarditas, muçulmanos sunitas, palestinos e israelenses.
Para sentir essa atmosfera, em Jerusalém vale a pena seguir os costumes: subir o Monte das Oliveiras para ver o pôr do sol, deixar um pedido no muro das lamentações, visitar o Santo Sepulcro e percorrer a Via Sacra. Na Cidade Velha, dividida entre os bairros judeu, árabe, cristão e armênio, concentra-se a maior parte das atrações – quase todas de cunho religioso. Dentro das muralhas ainda é possível encontrar os muitos corredores do mercado e também várias opções de compras e restaurantes.
Mas engana-se quem pensa que as únicas atrações de Jerusalém são os roteiros bíblicos, igrejas e locais considerados sagrados por católicos, judeus e mulçumanos. Se o turista que visitar a Terra Santa pela primeira vez e não tiver apenas como objetivo conhecer a Via Dolorosa, o Monte das Oliveiras ou o Muro das Lamentações, por exemplo, existem várias opções para aproveitar muito a viagem.
Um exemplo é o Mar Morto, ponto mais baixo da Terra e chamado de morto porque a sua salinidade evita a existência de qualquer forma de vida no lago. Já a Cidade de David, também conhecida como Cidadela, é um verdadeiro museu a céu aberto. Há ainda o bairro Mamilla, criado ao final do século 19 e localizado a oeste do portão de Jafa. Carregado de história, hoje o bairro é um importante centro turístico e comercial.
Na moderna parte nova da cidade, fora da muralha, estão os melhores hotéis e restaurantes, museus e serviços práticos como rodoviárias, grandes bancos e centros de compras. A oferta é excelente, as estradas bem sinalizadas e é muito tranquilo fazer todo o itinerário por conta própria.
Há ainda passeios que incluem essa área nova da cidade, onde estão o Museu do Holocausto e o Museu de Israel. Ainda é possível percorrer a parte nova da cidade com um tour gastronômico ou até mesmo de bicicleta.
Como chegar
Embora exista uma boa oferta de voos entre o Brasil e Jerusalém, não há conexão direta até Israel. Os voos chegam pelo Aeroporto Internacional Ben Gurion, na cidade de Lida, a cerca de 50 quilômetros de Jerusalém, após ao menos uma escala em alguma cidade europeia.
As principais companhias que operam o trajeto são Turkish Airlines (via Istambul), KLM (via Amsterdã), Air France (via Paris), British Airlines (via Londres) e Latam, com escala em diferentes cidades. A companhia aérea israelense El Al operava três voos semanais diretos entre São Paulo e Tel Aviv até 2011. Após o cancelamento, a empresa continua oferecendo a rota com escala em Nova York.
Do aeroporto até o centro de Jerusalém é possível seguir de trem. Apesar disso, é bom ter em conta que o transporte público pode não funcionar normalmente no período do shabat (que vai do pôr-do-sol da sexta-feira até o pôr-do-sol de sábado). Nesse caso, a dica é optar por um táxi para realizar o trajeto até a cidade.
Cidadãos brasileiros não precisam de visto para entrar em Israel e podem permanecer até três meses no local. No momento de entrada, é necessário apresentar um passaporte com validade de 6 meses. Entretanto, o processo de imigração costuma ser mais rigoroso do que na maioria dos lugares.
Ainda no voo os passageiros receberão o formulário de imigração, que deve ser apresentado no momento de entrada e saída do país. É comum que os oficiais façam muitas perguntas aos viajantes e exijam a comprovação de documentos de viagem. Caso o turista já tenha visitado outros países que não mantém relações diplomáticas com Israel, o processo de entrevista pode ser ainda mais minucioso. O procedimento é demorado e pode se repetir no momento de saída do país - portanto, é aconselhado chegar ao aeroporto com a devida antecedência.
Vida noturna
Muita gente não pensa na vida noturna de Jerusalém, mas a Cidade Santa perde um pouco de sua religiosidade após o anoitecer.
Para começar a desbravar o agito local, a dica é conhecer os bares de Nahalat Shiva, na parte moderna da cidade. Este foi o terceiro bairro a ser construído fora das muralhas, em 1869. Hoje, a área foi revitalizada e ganhou um toque artístico. Uma caminhada por suas ruelas e becos é a oportunidade de descobrir incríveis cafés, bares e restaurantes, além de ótimas galerias de arte.
Para quem busca outro tipo de atrações, os arredores da antiga estação de trem de Jerusalém são um prato cheio. O local foi desativado há 15 anos e se tornou um dos focos da vida noturna da cidade. Além de bares, restaurantes e casas noturnas, um dos destaques da região é o centro cultural The Lab, que reúne performances de teatro, música e dança. Outro ponto de interesse é a Rua Aza. Mais afastada do centro, ela se tornou um local de encontro de artistas e estudantes por sua proximidade com a Universidade Hebraica.
As casas noturnas de Jerusalém costumam dedicar cada noite a um estilo de música. Dessa forma, a programação e o público de um local podem mudar completamente de um dia para o outro - até mesmo a configuração das mesas e cadeiras pode ser diferente. Há desde boates com foco na música pop mundial até mesmo baladas alternativas especializadas nos mais diversos ritmos.
Outro delicioso programa cultural é o show de som e luzes que conta a história de Jerusalém, o Lumière Jaffa Gate. Normalmente, as performances ocorrem ao ar livre, em hebraico e inglês, durante os meses de abril a outubro, quando a temperatura é mais amena. Apesar de ser verão na cidade, pode estar bastante fresco na área à noite, portanto, é fundamental levar um agasalho para assistir ao espetáculo.